Amigos do Fingidor

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

exercício nº 8



Zemaria Pinto


os ecos de setembro inda ressoam
na seda refletida em cores débeis
no manto da cidade adormecida
nos tímpanos noturnos da manhã

os gritos de setembro são vagidos
impressos em meu peito mineral
abutres e panteras concertados
na lúgubre canção das incertezas

os gestos tatuados nas retinas
são rastros que carrego como um fardo
da inútil temporada em nosso inferno

no meio bem no meio do caminho
a escolha didatiza meu fracasso
entre o sim que é não e o adeus que é sempre