Amigos do Fingidor

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

exercício nº 16


Zemaria Pinto



Setembro não tem sentido,
        nas mãos             
encanecidas e nas cãs vibráteis
à força do vento,
     nós invisíveis                
de forcas plantadas
    sobre o caminho.

Setembro não tem sentido,
        nas pedras           
que o tempo acumulou com precisão             
sob nossas retinas
    tão fatigadas
e nossos pés vegetais,
      tão inúteis.     

Os dias fastos são lembranças fúteis              
forjadas na temperança  
       do ocaso
de nossas últimas desesperanças.                           

A nós nos resta agora esse torpor
mal encoberto em raras alegrias:                          
  nonadas.
Setembro não tem sentido.