Amigos do Fingidor

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Pokémon Go chega a Manaus



Pedro Lucas Lindoso

Outrora as coisas demoravam a chegar a Manaus. Segundo tia Idalina, a cidade foi a última capital a conhecer uma escada rolante. Nos anos 60, somente conheci a TV quando em férias no Rio de Janeiro. A televisão só chegou a Manaus no final da década.
Mas o Pokémon Go, jogo virtual lançado pela Nintendo em todo o Brasil, já chegou a cidade. Virou febre e tem causado muita polêmica.  As pessoas usam os celulares para procurar e capturar os pokémons.  Parece uma mistura do mundo virtual com o real.
Minha jovem dentista é uma competente profissional. Dra. Aline foi adolescente nos anos 90 quando conheceu pokémons em desenhos e vídeo games. Houve por bem cancelar todos os seus pacientes do dia para ir atrás de pokémons pela cidade.
Segundo meu amigo Chaguinhas, há uma quantidade grande de caboclo leso nos shoppings, praças e parques da cidade a procura de pokémons. Diz Chaguinhas que a atividade é extremamente perigosa. O jogador fica vulnerável a assaltos, furtos e até a ser atropelado. Enquanto se procura os pokémons, caminha-se pelas ruas da cidade. A caça aos pokémons é feita por meio de geolocalizadores, o tal Google Maps.
Circula nas redes que o criador dos pokémons foi Satoshi Tajiri. Um atual bilionário que teve a ideia de criar esse jogo com base numa coleção de bichinhos. Responsável por uma febre mundial de consumo de produtos e diversão, Satoshi é portador de autismo.  Mostra ao mundo que ser diferente não impede de ter suas habilidades reconhecidas e não deixou que um diagnóstico desfavorável pudesse impedir de realizar-se.
Acabo de falar com tia Idalina, de confessos 70 anos de idade e moradora de Copacabana no Rio de Janeiro. Disse-me que está extasiada com a estrutura montada na praia para as Olimpíadas. 
Titia adora uma novidade. Montou uma equipe de amigas, contratou um segurança particular e está passeando pela orla de Copacabana a procura de pokémons. Mensagem de Idalina me diz que já capturou vários deles com os peculiares nomes de caterpie, weedle, charmander, pidgey e bellsprout. Alertei-a do perigo de sair pelas ruas com o celular em punho. Ela respondeu que a sua equipe contratou um charmoso e eficiente guarda-costas.
De minha parte, vou aguardar minha netinha Maria Luísa crescer para juntos programar uma caçada de pokémons nos shoppings e praças de Manaus.