Jorge Tufic
TRIOLÉ – Também chamado TRIOLETO é o
pequeno poema de FORMA FIXA, correspondente ao primitivo RONDEL francês,
formado por oito VERSOS, dos quais o primeiro se repete como quarto e sétimo, e
o segundo se repete como final, com RIMA segundo o esquema abaaabab. Também se
pode usar o TRIOLÉ como ESTROFE, em composições maiores, como “Flor da
mocidade” em Falenas de Machado de Assis, que começa (ib):
Eu
conheço a mais bela flor:
és
tu, rosa da mocidade,
nascida, aberta para o amor.
Eu
conheço a mais bela flor:
tem do céu a serena cor
e o perfume da virgindade.
Eu
conheço a mais bela flor:
és
tu, rosa da mocidade.
SONETO
– Composição poética de FORMA FIXA, contando quatorze VERSOS dispostos em dois
QUARTETOS e dois TERCETOS, com RIMAS segundo o esquema abba|abba|cdc|dcd|,
seguido por um de seus maiores e mais antigos cultores que foi Petrarca. Sá de
Miranda parece ter sido o primeiro autor de SONETO em língua portuguesa,
acompanhando o modelo petrarquiano
trazido por ele da Itália. Além de servir também como ESTROFE, em composições
maiores (como a COROA DE SONETOS, por exemplo), o SONETO admite vários esquemas
rimáticos, inclusive o chamado SONETO INGLÊS, formado de três QUARTETOS
independentes e um DÍSTICO, às vezes rimando em abab|bcbc|cdcd|ee, (link sonnet).Também há SONETOS de
PÉ QUEBRADO, entremeando VERSOS e HEMISTÍQUIOS, e modernamente não se faz
nenhuma exigência quanto às RIMAS (ib). O de Alencar e Silva, que se lê aqui,
intitula-se “Para Epitácio”:
Sete anos, sim, sete órbitas solares
já viveste entre nós pra nosso encanto,
mudando em riso o que nos fora pranto
e em alegria todos os pesares.
Contigo nossa vida, ao nos chegares,
tornou-se-nos de amor mais plena – e
tanto
que em vindo precedeste em luz e canto
a vinda de outros anjos tutelares
que hoje seguem contigo renovando
as promessas de amor que o amor promete
aos que as virtudes lhe vão conjugando.
E, assim, aos teus sete anos me compete
rogar a Deus mais sete vá somando
e outros sete e mais sete vezes sete.