Amigos do Fingidor

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Múltiplos aspectos da clonagem



João Bosco Botelho


A clonagem (do grego: klón = rebento, broto) é uma das consequências do pensamento molecular, iniciado pelo genial Gregor Mendel, no final do século 19, considerado nesse texto como o terceiro corte epistemológico da Medicina.
O produto da clonagem é o clone, sempre com a mesma constituição genética, que pode exprimir os seguintes significados: conjunto de células geneticamente idênticas à célula ancestral; indivíduos oriundos de reprodução assexuada de única forma inicial individualizada; réplica sem defeito do gene obtido por engenharia genética.
É possível pensar a clonagem em várias circunstâncias:
– Artificial: conjunto de técnicas de engenharia (ou manipulação) genética intracelular capaz de viabilizar indivíduos com genomas iguais. Por essa razão, rompendo paradigmas da histologia virchowiana, trata-se de um processo de reprodução assexuada (sem o uso de células relacionadas à reprodução), podendo ser por meio de fragmentos de DNA (molecular), células (celular) e organismos.
– Natural: ocorre em certos seres vivos a partir de reprodução assexuada, como nas bactérias, seres unicelulares. Também pode existir no tatu e nos gémeos univitelinos.
– Induzida:  a partir de processo no qual é retirado o núcleo de uma célula e inserido no citoplasma de um óvulo.  Esse novo conjunto manipulado é inserido no útero, que poderá ser no da futura ou de outra mulher quer poderá ser recompensada ou não financeiramente. Por outro lado, se aplicada em vegetais e animais, ligada à pesquisa científica, usando um patrimônio genético, isto é, só uma célula-mãe, gerará uma ou mais células, idênticas entre si e à original, denominadas clones.
– Reprodutiva: obtida por meio da transferência nuclear da célula somática, utilizada para clonar animais por meio de células embrionárias. Esse processo é pouco eficiente porque apenas aproximadamente 3% dos embriões sobrevivem.
– Embrionária: possibilita multiplicar o embrião do animal, gerando gêmeos, trigêmeos etc., semelhante ao que ocorre na natureza.
– Terapêutica: nas primeira etapas, é semelhante à  reprodutiva; diverge no fato de o blastocisto ser utilizado no laboratório, destinado à reprodução das células-tronco, com o objetivo de produzir tecidos ou órgão para transplante. As células embrionárias ou células-tronco guardam características multipotenciais, que podem originar diferentes tipos de células, teoricamente utilizadas na restauração de qualquer tecido ou órgão danificado.