A volta do boêmio
Zemaria Pinto
– Amigas e amigos leais, amores da minha vida plena de amor,
o bar é um templo sagrado, apropriado a orações em sussurros, não a discursos.
Mas preciso dizer da minha alegria em revê-los, abraçá-los, tocar para vocês,
cantar com vocês. Não faz muito tempo, saí por aquela porta, crente que uma
nova etapa da minha vida começava. E era verdade. Uma vida maravilhosa, com a
mulher que escolhi para envelhecer, amorosa flor, mãe dos meus filhinhos.
Agora, de volta, apenas reato o fio da etapa anterior, com esta que segue sendo
a minha felicidade: os meus amigos e a minha família. Porque eu não posso separá-los:
eu sou vocês e sou eles. Sem eles eu não sou nada e não sou nada sem vocês. Dó maior, maestro!
A volta do boêmio (1957), de Adelino Moreira (Portugal,
1918-2002). Samba-canção.
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