Amigos do Fingidor

quinta-feira, 18 de março de 2021

A poesia é necessária?

          Dá-me tua mão

Gabriela Mistral (1889-1957)

 

Dá-me tua mão e dançaremos;

dá-me tua mão e me amarás.

Uma flor única seremos,

uma só flor, e nada mais.

 

O mesmo verso cantaremos,

ao mesmo passo bailarás.

Como uma espiga ondularemos,

como uma espiga e nada mais.

 

Te chamas Rosa e eu Esperança;

porém teu nome esquecerás,

porque seremos uma dança

pela colina, e nada mais.

 

(Trad. Zemaria Pinto)