Lama
Zemaria Pinto
Liberdade.
Essa é a palavra. Liberdade de fazer o que quero, quando quero e com quem. É
verdade que nem sempre vou poder fazer onde quero, mas... É por isso que calúnia
e fofoca não colam em mim. Ainda mais, de quem já comeu na minha mão. É
ignorar, simplesmente. Minha avó tinha um ditado: quem com porcos anda chafurda
com eles. Para uns, a lama é um estágio; para outros, permanência e destino. O
melhor é fazer de conta que o paspalho morreu. Foi atropelado pela manduquinha,
pronto! Morto não fala, não difama, não mente. A morte do opressor é a
libertação do oprimido.
Lama (1952), de Ailce Chaves (?) e Paulo Marques (?). Samba-canção.
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