Paulo Sérgio Medeiros
O dia amanheceu pálido. Onde foi parar o sol da liberdade em
raios fúlgidos? E o povo heroico que conquistou o penhor da igualdade com
braços fortes? Será que ficou na porta estacionando os carros?
Alguém, por favor, salve! salve! minha Pátria amada, terra
adorada, tão bela, porém agora programada pra só dizer sim. O gigante – pela
própria natureza – acordou, foi às ruas de cara pintada. Não mostrou a
cara. Já não é mais forte. Será que é o seu fim?
Minha Pátria atravessou a rua sem olhar para os lados.
Desafiou a própria morte. E tudo indica
que ficará eternamente deitada aos brados retumbantes. Ó mãe gentil, por onde
andaste que nunca aconselhaste teu filho a não aceitar nada de estranhos? Brasil,
quem te ofereceu esse cigarro com a promessa de lindos campos prenhes de
flores?
Agora tu ergues da injustiça a clava forte e tua imagem
resplandece as margens plácidas. Qual é o teu negócio? Paz no passado e glória
no futuro? Desse jeito até quem te adora
fugirá à luta. Pensando seriamente em ir
em busca de terras mais garridas.