Pedro Lucas Lindoso
Há psicólogos afirmando que a
adolescência, nos dias atuais, se prolonga até os 25 anos. Duas jovens
manauaras, cansadas de passeios a Miami e praias do Caribe, resolvem ir de
férias ao sudeste do Brasil. Em princípio, as jovens adultas (ou adolescentes
tardias) e seus respectivos namorados iriam para São Paulo. Mudaram de rota e
foram parar na cidade maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Em tempos de crise e dólar alto, a solução foi
mesmo pedir hospedagem na casa de uma conhecida tia de uma das meninas,
Idalina, amazonense, moradora há anos em Copacabana. A simpática Idalina
recebeu os jovens amazonenses com a fidalguia de sempre. As garotas foram
instaladas num quarto de hóspedes e os rapazes em outro. Idalina foi enfática:
– Rapazes. Isso aqui não é
casa da sogra. Comportem-se. Meninas, como disse, isso aqui não é a casa de
suas mamães, onde vocês têm liberdade para tudo. Portanto, é um enorme prazer
recebê-los, mas temos regras.
Após dois dias direto de
praia, inconformada, Idalina resolveu interferir na rotina carioca dos jovens
manauaras.
– Gente! O Rio de Janeiro não
é só um grande balneário. Se quisessem só praia deveriam ter ido novamente para
o Caribe. As Islas Margaritas, já que o problema é dólar alto. Hoje vamos a outro MAR – Museu de Arte do
Rio, iremos ainda ver a nova Praça Mauá e ir ao CCBB. Depois, lanchar na Confeitaria Colombo.
Um breve passeio pela
Cinelândia, com rápida visita a Biblioteca Nacional e ao Teatro Municipal,
completaram o tour pelo centro. Titia recomendou aos jovens que viessem a Lapa
à noite. Noitada imperdível.
Visita ao Jardim Botânico. No
orquidário, Idalina mostrou-se verdadeira expert em orquídeas, para encanto da
moçada. Nesse mesmo dia as garotas foram bater pernas pelas vitrines de Ipanema.
Uma delas exclamou:
– Ipanema é mais “irado” que a
Oscar Freire em São Paulo! A moça tinha uma lista de cremes e cosméticos,
confiscada por Idalina, que explicou:
– Isso aqui você compra em Miami, querida.
Vamos a Casa Granado. Vocês vão ver o que é tradição e modernidade. Só não os
acompanho ao Pão de Açúcar e Corcovado. As filas são quilométricas. Comprem
ingressos com antecedência pela internet.
Ao chegarem ao apartamento em Copacabana,
toca o celular.
– É minha mãe, quer saber nossa rota. Disse que
estamos na cidade maravilhosa. Chez Idalina.
Na manhã seguinte, voo direto
para Manaus. Todos encantados com o Rio de Janeiro. Prometeram voltar. E ficar
chez Idalina, sempre.