Paulo Sérgio Medeiros
Vontade de botar a boca no trombone, mas sei que não é assim
que a banda toca. Ver a classe de educadores pianinho? Não é assim que a banda
toca. Levar a educação na flauta, não é assim que a banda toca. Levar a
educação na valsa, não é assim que a banda toca.
Minha diegese nesse texto não tem fundamentos científicos e
não é baseado em nenhuma pesquisa, é só um ponto de vista mesmo.
O aluno tem 14 anos de idade e está no sexto ano quando
deveria estar no nono. Ok, houve um ruído aí no seu processo de ensino-aprendizagem,
mas não vou pormenorizar essa questão, pois a natureza do ruído é variada.
Vamos para a solução encontrada pelos pensadores.
Criaram ou inventaram o AVANÇAR. O que isso significa?
Significa que o aluno-estourado do sexto ano pode ao final do ano letivo ser
aprovado para o nono ano. Surreal? Nada! Real! Surreal é já no primeiro
bimestre o professor definir por sua conta e risco o quanto esse aluno vai
avançar. Sim, porque esses alunos podem avançar duas casas ou três. E vocês
sabem quem é que joga os dados? (Foi inevitável não abrir um sorriso irônico
agora) O professor! Professor-mãe Diná, Pois é, no primeiro bimestre o
professor, num solo de guitarra, já crava quem avança duas ou três casas. Aí eu
me pergunto: Ainda preciso enganar, quero dizer, dar aula pra essa turma?
Confesso que sempre fui péssimo nessa coisa de adivinhação. E
se esse cara que eu apostei que ia avançar muito desandar no decorrer do ano?
Sorry, Paulo. Você vai ter de honrar sua palavra. Ele vai avançar muito e fuck
the rest!
Esse sistema desafinou. O AVANÇAR é de dar dó. AVANÇAR é
ENGANAR. E pra mim, não é assim que a banda toca.