Amigos do Fingidor

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Não é assim que a banda toca



Paulo Sérgio Medeiros

Vontade de botar a boca no trombone, mas sei que não é assim que a banda toca. Ver a classe de educadores pianinho? Não é assim que a banda toca. Levar a educação na flauta, não é assim que a banda toca. Levar a educação na valsa, não é assim que a banda toca.
Minha diegese nesse texto não tem fundamentos científicos e não é baseado em nenhuma pesquisa, é só um ponto de vista mesmo.
O aluno tem 14 anos de idade e está no sexto ano quando deveria estar no nono. Ok, houve um ruído aí no seu processo de ensino-aprendizagem, mas não vou pormenorizar essa questão, pois a natureza do ruído é variada. Vamos para a solução encontrada pelos pensadores.
Criaram ou inventaram o AVANÇAR. O que isso significa? Significa que o aluno-estourado do sexto ano pode ao final do ano letivo ser aprovado para o nono ano. Surreal? Nada! Real! Surreal é já no primeiro bimestre o professor definir por sua conta e risco o quanto esse aluno vai avançar. Sim, porque esses alunos podem avançar duas casas ou três. E vocês sabem quem é que joga os dados? (Foi inevitável não abrir um sorriso irônico agora) O professor! Professor-mãe Diná, Pois é, no primeiro bimestre o professor, num solo de guitarra, já crava quem avança duas ou três casas. Aí eu me pergunto: Ainda preciso enganar, quero dizer, dar aula pra essa turma?
Confesso que sempre fui péssimo nessa coisa de adivinhação. E se esse cara que eu apostei que ia avançar muito desandar no decorrer do ano? Sorry, Paulo. Você vai ter de honrar sua palavra. Ele vai avançar muito e fuck the rest!
Esse sistema desafinou. O AVANÇAR é de dar dó. AVANÇAR é ENGANAR. E pra mim, não é assim que a banda toca.