Amigos do Fingidor

sexta-feira, 24 de março de 2017

gênese


Zemaria Pinto 


um poema se projeta
– entre sapos, entre grilos –
recortando a madrugada:

        com o fio da navalha
        costuro as sombras do chão
        – viver é imenso

de pedras teço meu canto
recolhido, emimesmado
num redemoinho de enganos

(canto em arco arquitetado:
 seta que se completa
 no atingimento da meta)

onde ouvi aquelas pedras?
são monolitos de Rosa
ou sussurro minuano?