Descobrimento
Mário de Andrade
Abancado à escrivaninha
em São Paulo
Na minha casa da rua
Lopes Chaves
De supetão senti um
friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito
comovido
Com o livro palerma
olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que
lá no Norte, meu Deus! muito longe de mim
Na escuridão ativa da
noite que caiu
Um homem pálido magro de
cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele
com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está
dormindo.
Esse homem é brasileiro
que nem eu.