David Almeida
Muitas
pessoas questionaram, e ainda questionam a construção da Ponte Rio Negro. Se
ela é uma das mais caras pontes do mundo, em devidas proporções, não sei, o
certo é que foi inaugurada. E muita gente passa por ela diariamente, na contramão
do seu antigo tempo. O verbo “esperar” não é mais conjugado nessa travessia.
Foto: David Almeida. |
Impoluta,
reta, altiva, majestosa, delicada, ostentando os milhões que foram gastos em
sua construção, ela atravessa o Rio Negro como mais um colosso amazônico e
causa uma visão extraordinária. Há quem diga que é uma ponte, que sai do nada e
leva a lugar nenhum. Não acredito! As pontes sempre nos levam a algum lugar. Nenhuma
ponte sai do nada para o nada, mesmo que ela seja um sonho. Se existiu uma
ponte que saiu do nada caiu por falta de sustentação.
As
pontes são necessárias para a vida, são estratégias para se chegar a um
determinado ponto, e, mais importante ainda: para se chegar a um ideal. E
quando o homem precisa voar eis que surge a ponte aérea riscando o céu desse
planeta ainda azul. As pontes evitam curvas, passam por sobre os lagos, rios,
mares, montanhas e pelas pedras dos caminhos; facilitam as nossas idas e
vindas. O nosso pensamento, é uma ponte, que ninguém vê, só nós sentimos:
invisível; maravilhosa, complicada e perigosa, que às vezes, quando precisamos,
nos leva além da vida real, e quando o pensamento é bem construído, nos trás de
volta.
As
pontes são vias necessárias até para o complicado, e perfeito, sistema do corpo
humano, quando o fluxo de sangue é interrompido na veia, a ponte de safena é o
caminho para vida. Dizem os espíritas que
existe o “Cordão Prateado”, uma espécie de ponte que liga o espírito à matéria,
e quanto há uma ruptura dessa ligação, aí a vida é interrompida e segue outro
rumo, até então desconhecido por nós, simples mortais.
A
ponte sobre o Rio Negro não liga Manaus ao Brasil, mas liga às comunidades que
estão na outra margem, e isso é importante, fundamental para o desenvolvimento sócio,
político e econômico da nossa região. É uma ponte que melhorou, sim, a vida de
muita gente. O ir e vir está mais fácil, o transporte de produtos para um lado
e para o outro encontrou facilidades, principalmente os alimentos perecíveis
que precisam de rapidez na entrega.
Se
a ponte vale o quanto custou ou o quanto pesa é uma questão matemática, agora a
importância dela para todos, de lá e de cá, é imensurável.
Vamos
orar, torcer para que a palavra seja cumprida. O chefe maior desse Estado,
disse: “Enquanto eu for governador, não será cobrado pedágio!” Pelo menos dessa
vez o povo não precisa pagar nada, porque já pagou tudo. “Né?” Rezemos ao
senhor...