Amigos do Fingidor

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

As pontes sempre nos levam a algum lugar


David Almeida

 

Muitas pessoas questionaram, e ainda questionam a construção da Ponte Rio Negro. Se ela é uma das mais caras pontes do mundo, em devidas proporções, não sei, o certo é que foi inaugurada. E muita gente passa por ela diariamente, na contramão do seu antigo tempo. O verbo “esperar” não é mais conjugado nessa travessia.      
Foto: David Almeida.
Impoluta, reta, altiva, majestosa, delicada, ostentando os milhões que foram gastos em sua construção, ela atravessa o Rio Negro como mais um colosso amazônico e causa uma visão extraordinária. Há quem diga que é uma ponte, que sai do nada e leva a lugar nenhum. Não acredito! As pontes sempre nos levam a algum lugar. Nenhuma ponte sai do nada para o nada, mesmo que ela seja um sonho. Se existiu uma ponte que saiu do nada caiu por falta de sustentação.

As pontes são necessárias para a vida, são estratégias para se chegar a um determinado ponto, e, mais importante ainda: para se chegar a um ideal. E quando o homem precisa voar eis que surge a ponte aérea riscando o céu desse planeta ainda azul. As pontes evitam curvas, passam por sobre os lagos, rios, mares, montanhas e pelas pedras dos caminhos; facilitam as nossas idas e vindas. O nosso pensamento, é uma ponte, que ninguém vê, só nós sentimos: invisível; maravilhosa, complicada e perigosa, que às vezes, quando precisamos, nos leva além da vida real, e quando o pensamento é bem construído, nos trás de volta.

As pontes são vias necessárias até para o complicado, e perfeito, sistema do corpo humano, quando o fluxo de sangue é interrompido na veia, a ponte de safena é o caminho para vida.  Dizem os espíritas que existe o “Cordão Prateado”, uma espécie de ponte que liga o espírito à matéria, e quanto há uma ruptura dessa ligação, aí a vida é interrompida e segue outro rumo, até então desconhecido por nós, simples mortais.  

A ponte sobre o Rio Negro não liga Manaus ao Brasil, mas liga às comunidades que estão na outra margem, e isso é importante, fundamental para o desenvolvimento sócio, político e econômico da nossa região. É uma ponte que melhorou, sim, a vida de muita gente. O ir e vir está mais fácil, o transporte de produtos para um lado e para o outro encontrou facilidades, principalmente os alimentos perecíveis que precisam de rapidez na entrega.

Se a ponte vale o quanto custou ou o quanto pesa é uma questão matemática, agora a importância dela para todos, de lá e de cá, é imensurável.

Vamos orar, torcer para que a palavra seja cumprida. O chefe maior desse Estado, disse: “Enquanto eu for governador, não será cobrado pedágio!” Pelo menos dessa vez o povo não precisa pagar nada, porque já pagou tudo. “Né?” Rezemos ao senhor...