Amigos do Fingidor

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Curso de Arte Poética

Jorge Tufic
 

 

ra       terra       ter
rat       erra       ter
rate       rra       ter
rater       ra       ter
raterr       a       ter
raterra             terr
araterra            ter
raraterra           te
rraraterra           t
erraraterra
terraraterra
 

perguntamos: seria contraditório se o Leitor - convencionalmente grafado com L maiúsculo quando nos referimos à Poesia Concreta - permanecesse no campo da evidência, da constatação pura de que se trata de um arranjo matemático de letras e/ou Espaços em Branco (EB), de tal forma que se tem a impressão de ‘campo lavrado’, ‘cavado’, ‘aterrado’ - um cemitério -, onde a visualização do t lembraria um grande número de cruzes? (Não nos esqueçamos de que os túmulos, no cemitério, não obedecem a um alinhamento rígido). (“Na poesia interessa o que não é poesia”, Hygia Therezinha Calmon Ferreira, início de análise do poema de Décio Pignatári, com duração de mais quatro páginas e meia, Instituto de Biociências, letras e Ciências Exatas, uni. Est. Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto, 1980).

o ho
        m
            e
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                                                                         ço

                                                                                       (jorge tufic)

 

análise: poema figurativo, concreto, que sugere ou procura mostrar o homem no espaço, livre da gravidade e, possivelmente, guarnecido por algum equipamento especial de proteção contra a radioatividade. Figurativo porque se desenha, com as próprias letras que lhe serviriam de título. E concreto porque limitado referencialmente ao seu próprio objeto e objetivo. Os poetas concretos ortodoxos poderão considerá-lo, no entanto, pré ou pós concreto, senão apenas um poema figurativo. Contudo, há nele bastante plástica e conteúdo para várias outras colocações. 

                   Como objeto de análise, qualquer poema ou estrutura poemática vai da mais simples a mais complexa (como em tudo).

 

BIBLIOGRAFIA


1. Accioly, Marcus, “Poética”, manifesto, 1982, Recife-Pe.

2. Brasil, Assis, “Vocabulário Técnico de Literatura”, Ed. De Ouro, 1979.

3. Coelho, Nelly Novaes, “Literatura & Linguagem”, Ed. Quíron, 1986, SP.

4. Campos, Geir, “Pequeno Dicionário de Arte Poética”, Ed. Conquista, 1960.

5. Cegalla, Domingos Paschoal, “Novíssima Gramática de Língua Portuguesa”.

6. Enciclopédia Mirador Internacional”, 1981, Brasil.

7. Pound, Ezra, “ABC da Literatura”, Ed. Cultrix, 3ª ed., 1982.

8. Ricardo, Cassiano, “Algumas Reflexões sobre Poética de vanguarda”, Liv. José Olímpio Editora, 1964.

9. Silva, Alencar, “Poesia Reunida”, ed. Puxirum, 1986, Manaus-Am.

10. Tufic, Jorge, “Da Inquietação Lógico-Discursiva ao Poema-Visual”, Rev.
Do Conselho Estadual de Cultura, Ano 2, nº 2, Manaus-Am. 

11. Xavier, Raul, “Vocabulário de Poesia”, Imago-MEC, 1978.