Amigos do Fingidor

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

El librito


Pedro Lucas Lindoso

Un libro es un buen amigo – Mafalda, personagem do cartunista argentino Quino. 

Libritos são miniaturas de livros, hechas a mano. O librito que me foi presenteado mede 6x4 cm e cabe na palma de minha mão. Veio de Santiago do Chile. Um regalito de meu amigo, poeta e frequentador do Chá do Armando, Zemaria Pinto. Zemaria comprou esses hermosos libritos na sua recente visita ao Chile. Devem ter custado não mais que alguns milhares de “pesos chilenos”, cambiados de nosso real. E, sorrateiramente, presenteou-os a alguns integrantes do chá. Pediu discrição, para evitar ciumeiras com certeza. Não tinha para todo mundo. E, como já disseram, ciúme de homem é bizarro. Mas existe. Azar dos que não ganharam. Morram de inveja. Deixei o librito na minha mesinha de cabeceira. Minha mulher já quis se apossar de meu regalito.  Minha filha se encantou com el librito hecho en Chile. Escondi-o na minha pasta. No trabalho, coloquei o librito em cima da CPU. Eita librito cobiçado! Levei-o de volta para casa. Está no cofre. O librito é nada mais nada menos que El Libro de las Preguntas, de Pablo Neruda. Deviam fazer libritos do Manuel Bandeira, da Cecília Meirelles, Drummond,  Vinicius, Manoel de Barros, Cora Coralina, Thiago de Mello,  Bacellar, Tuffic,  Almir Diniz, Zemaria Pinto e de muitos outros poetas. Como já dito, o librito é uma miniatura. Un libro de bolsillo, pequeño, pero cumpridor. Neruda é prêmio Nobel, como todos sabem, e é o representante más importante de la Literatura Chilena, como dito na contracapa do librito. O nosso poeta Thiago de Melo foi amigo dele. O grande Chico Buarque, em uma de seus mais belos poemas musicados, “Trocando em miúdos” canta: “Devolva o Neruda que você me tomou, e nunca leu”. Eu já li meu librito – El libro de las Preguntas. Vou conservá-lo no cofre, para que não me tomem. E para eu não o perder, como aconteceu com Confesso que vivi, do mesmo Neruda. Não sei se me tomaram ou se o perdi. Mas isso já faz tanto tempo. Mas, trocando em miúdos, um librito de Neruda, trazido do Chile por um amigo, não tem preço.