Com o fornecimento de energia elétrica restabelecido, A Academia de Letras segue com sua programação
previamente divulgada.
Sábado, 29.03, Arlindo Porto faz conferência sobre D.
Frederico Costa, antropólogo que divulgava suas ideias científicas através de
boletins paroquiais, que ele chamava de Pastorais. Paraense, D. Frederico foi o
primeiro bispo do Amazonas.
Na segunda, dia 31.03, haverá uma painel sobre o
golpe militar de 1964. A seguir, um release,
que a imprensa irá ignorar, claro.
No dia 31 de março de 1964 o
presidente João Goulart era deposto por um golpe militar. As forças
ironicamente autointituladas “revolucionárias”, comandadas por oficiais das
três armas, tomaram o país, contando unicamente com a resistência apaixonada de
Leonel Brizola, no Rio Grande Sul, o que não se sustentou por muito tempo.
O Congresso, submisso e covarde, acatou
o golpe e deu posse ao Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que assumiu
a presidência da República prometendo que o período de exceção seria o mais
breve possível.
Somente 25 anos depois,
entretanto, o Brasil voltaria a ter eleições livres para presidente. Para
eleger um canalha. Mas essa é uma outra história...
Nesse intervalo de um quarto
de século, o país passou por um dos períodos mais sombrios desde a
Independência e a mais longa interrupção dos direitos civis de sua história.
Censura, tortura,
assassinatos – os mais terríveis crimes foram cometidos em nome da ordem
democrática. De outro lado, guerrilheiros, em sua maioria jovens que ainda nem
haviam passado pelo primeiro emprego, lutavam em uma guerra desigual,
derrotados antes do primeiro disparo.
A Academia Amazonense de
Letras, como espaço de debates e de exercício da cidadania, em parceria com a
ManausCult, promoverá no próximo dia 31 de março, segunda-feira, às 19h, no seu
Salão do Pensamento Amazônico, um painel com a participação de acadêmicos que,
de uma forma ou de outra, tiveram suas vidas marcadas por esse acontecimento
histórico.
Sob a coordenação da socióloga Marilene
Corrêa, estarão presentes, dando o seu depoimento, os seguintes acadêmicos:
- Bernardo Cabral: deputado
federal cassado;
- Arlindo Porto: deputado
estadual cassado;
- Aldisio Filgueiras:
jornalista e escritor censurado;
- Elson Farias: secretário de
Estado no governo José Lindoso.
O poetator Dori Carvalho fará
um recital com poemas marcantes do período, inclusive Estatutos do Homem, do acadêmico Thiago de Mello, que foi mandado
ao exílio pela ditadura.
O evento será aberto à
sociedade amazonense, e aos estudantes será concedido um certificado de
participação, de duas horas, que poderão ser usadas como horas complementares
em suas faculdades.
A Academia Amazonense de
Letras fica na rua Ramos Ferreira, 1009, esquina com a rua Tapajós, no centro histórico de Manaus.
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