Tainá
Vieira
Durante todo esse tempo
em que eu comecei a conviver com o meio literário, tive a oportunidade de
conhecer pessoas incríveis. Só que não são apenas pessoas comuns como outras
quaisquer, são nomes da literatura que fazem valer a pena todos os eventos
culturais que frequentamos como espectadores e admiradores. Parece brincadeira,
mas existem pessoas que acreditam que todos os escritores e poetas estão mortos.
Tem gente que até se assusta quando se depara com um escritor em um momento
descontraído ou num lugar comum, para essas pessoas que pensam assim, os
escritores devem ficar somente nos escritórios ou bibliotecas, lendo e
escrevendo. E se fosse assim, a vida dos pobres mortais seria um tédio. A minha
pelos menos seria. Pois onde buscaríamos conhecimento na fonte pura? Os livros
escritos pelos escritores são excelentes, conhecemos a fundo a vida de um
escritor apenas lendo a sua biografia, mas é muito melhor quando temos a
oportunidade de tocar no escritor, para ver se ele é de verdade mesmo, melhor
ainda é quando nos sentimos bem e rimos muito das conversas que ouvimos deles,
e mais ainda quando podemos chamar um escritor, de amigo, isso é coisa rara.
Armando de Menezes e
Almir Diniz, ambos pertencem a Academia Amazonense de Letras, são escritores e
dos bons, eu diria. São também pessoas encantadoras. Eu, não sei se somente eu,
mas já consegui, ao meu simples olhar, formar duplas inseparáveis como Thiago
de Mello e Luiz Bacellar e Armando de Menezes e Almir Diniz. Os dois últimos
são dois meninos, daqueles que as mães têm o orgulho de chamar “meu filho”. São
bem criados, educados e gentis, e, quando estão juntos, aliás, vivem grudados,
são as criaturas mais simpáticas que queremos por perto. Imaginemos a cena, os
dois sentadinhos um ao lado do outro, conversando e rindo. E, como irmãos, um
brigando com o outro, o mais velho puxando a orelha do mais novo. O mais novo
enchendo o saco do mais velho. Na vida real, são amigos, mas para nós, que
estamos de fora, são mais que irmãos.
Irmãos mesmo, daqueles bem apegados, em que um cuida do outro, assim são
os dois, Armando e Almir, até aparece coisa do destino os nomes dos dois começar
com a letra A, a primeira letra do alfabeto. Tenho certeza que isso não foi por
acaso. Teve algum propósito aí, coisas que os deuses da literatura fizeram.
Sorte de quem tem a
oportunidade de conhecer e conviver com esses sábios senhores. Sêneca fala
sobre as boas companhias, sobre os amigos, “a eles em qualquer lugar, em
qualquer século que tenham existido, dirijo o meu espirito.” Quão bom seria se
todos os jovens soubessem aproveitar a oportunidade de conversar, trocar uma
palavra apenas com esses senhores que muito têm a nos ensinar. E eles sabem de
tudo, desde a História até uma simples piada.
E tudo vale a pena ouvir e assimilar. Hoje em dia os jovens não querem
estar juntos de um velho, preferem outras companhias, nem sabe esse jovem o quanto
ele perde com tal escolha. Nem imagina esse jovem o conhecimento que está
recusando e que mais tarde lhe fará falta. Armando e Almir, têm muito a ensinar
e muito sorriso para colocar na face das pessoas. Basta que nós saibamos lidar
com eles. É preciso aproveitar as boas companhias, a vida é breve, o tempo
urgentíssimo e a sabedoria infinita e os sábios também são passageiros neste
lugar, mas o conhecimento que eles trazem, se quisermos, permanecerão por
muitas e muitas gerações. Vida longa ao Armando de Menezes e ao Armir Diniz,
meus amigos, dois lindos meninos.