Amigos do Fingidor

terça-feira, 25 de março de 2014

Armando e Almir, dois meninos



Tainá Vieira


Durante todo esse tempo em que eu comecei a conviver com o meio literário, tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis. Só que não são apenas pessoas comuns como outras quaisquer, são nomes da literatura que fazem valer a pena todos os eventos culturais que frequentamos como espectadores e admiradores. Parece brincadeira, mas existem pessoas que acreditam que todos os escritores e poetas estão mortos. Tem gente que até se assusta quando se depara com um escritor em um momento descontraído ou num lugar comum, para essas pessoas que pensam assim, os escritores devem ficar somente nos escritórios ou bibliotecas, lendo e escrevendo. E se fosse assim, a vida dos pobres mortais seria um tédio. A minha pelos menos seria. Pois onde buscaríamos conhecimento na fonte pura? Os livros escritos pelos escritores são excelentes, conhecemos a fundo a vida de um escritor apenas lendo a sua biografia, mas é muito melhor quando temos a oportunidade de tocar no escritor, para ver se ele é de verdade mesmo, melhor ainda é quando nos sentimos bem e rimos muito das conversas que ouvimos deles, e mais ainda quando podemos chamar um escritor, de amigo, isso é coisa rara.
Armando de Menezes e Almir Diniz, ambos pertencem a Academia Amazonense de Letras, são escritores e dos bons, eu diria. São também pessoas encantadoras. Eu, não sei se somente eu, mas já consegui, ao meu simples olhar, formar duplas inseparáveis como Thiago de Mello e Luiz Bacellar e Armando de Menezes e Almir Diniz. Os dois últimos são dois meninos, daqueles que as mães têm o orgulho de chamar “meu filho”. São bem criados, educados e gentis, e, quando estão juntos, aliás, vivem grudados, são as criaturas mais simpáticas que queremos por perto. Imaginemos a cena, os dois sentadinhos um ao lado do outro, conversando e rindo. E, como irmãos, um brigando com o outro, o mais velho puxando a orelha do mais novo. O mais novo enchendo o saco do mais velho. Na vida real, são amigos, mas para nós, que estamos de fora, são mais que irmãos.  Irmãos mesmo, daqueles bem apegados, em que um cuida do outro, assim são os dois, Armando e Almir, até aparece coisa do destino os nomes dos dois começar com a letra A, a primeira letra do alfabeto. Tenho certeza que isso não foi por acaso. Teve algum propósito aí, coisas que os deuses da literatura fizeram.

Sorte de quem tem a oportunidade de conhecer e conviver com esses sábios senhores. Sêneca fala sobre as boas companhias, sobre os amigos, “a eles em qualquer lugar, em qualquer século que tenham existido, dirijo o meu espirito.” Quão bom seria se todos os jovens soubessem aproveitar a oportunidade de conversar, trocar uma palavra apenas com esses senhores que muito têm a nos ensinar. E eles sabem de tudo, desde a História até uma simples piada.  E tudo vale a pena ouvir e assimilar. Hoje em dia os jovens não querem estar juntos de um velho, preferem outras companhias, nem sabe esse jovem o quanto ele perde com tal escolha. Nem imagina esse jovem o conhecimento que está recusando e que mais tarde lhe fará falta. Armando e Almir, têm muito a ensinar e muito sorriso para colocar na face das pessoas. Basta que nós saibamos lidar com eles. É preciso aproveitar as boas companhias, a vida é breve, o tempo urgentíssimo e a sabedoria infinita e os sábios também são passageiros neste lugar, mas o conhecimento que eles trazem, se quisermos, permanecerão por muitas e muitas gerações. Vida longa ao Armando de Menezes e ao Armir Diniz, meus amigos, dois lindos meninos.