Entrevista concedida a Jorge Bandeira, para a revista Ideias editadas, onde foi publicada, editada, no
nº 10, de out/nov/dez de 2013.
1
– Quais são as suas influências como dramaturgo?
R:
Ainda adolescente, ou quase, caiu-me às mãos a coleção Teatro Vivo, da editora Abril, uns 30 volumes. Foi um novo mundo
que se descortinou. Mas nada me deixou mais em transe que a leitura das obras
completas de Nelson Rodrigues e, depois, de Brecht.
2 – Quantas peças escritas, até agora?
R:
Até hoje, concluí oito peças. Quatro foram encenadas (Nós, Medeia, Diante da
Justiça, Papai cumpriu sua missão
e O beija-flor e o gavião); duas
estão em fase produção (Otelo solo e Onde comem 3 comem 6); Duas aguardarão
inéditas (Cenas da vida banal e A cidade perdida dos meninos-peixes).
3
– Quais das suas obras você destaca?
R:
É difícil falar de filhos; mas gosto muito de Nós, Medeia e dos dois juvenis: O beija-flor e o gavião e A
cidade perdida dos meninos-peixes. Estas duas foram reescritas para
sair em livro, como novelas juvenis.
4
– O que tem feito hoje nas artes?
R:
Depois de 3 anos envolvido com A invenção
do Expressionismo em Augusto dos Anjos, livro lançado em março passado,
escrevi Onde comem 3 comem 6, um
espetáculo para ser levado na rua, que o Grupo Vitória Régia está produzindo.
Além disso, tenho palestras diversas, minicursos e participação em
congressos de Literatura.
5
– O que acha da arte produzida hoje em Manaus?
R:
Fazer arte é um processo; no meu caso, como escritor, o trabalho é individual,
só depende de mim mesmo; quando um grupo resolve encenar alguma coisa minha – trabalho
coletivo – é que me dou conta de como tudo é muito difícil; mas nunca foi fácil
fazer arte: nem aqui nem em lugar nenhum. Detesto dizer que já foi melhor: é uma
perspectiva falsa. Talvez daqui a 20 anos a gente ache hoje um tempo muito bom.
Quer dizer: sempre pode piorar...
6
– Seus blogs?
R:
O Fingidor, poesia e artes
plásticas, está parado há dois anos, mas até hoje ainda recebe mais de
2.000 visitas/mês. O Palavra do Fingidor,
uma revista de arte, resiste. E tem o Poesia na Alcova, do qual, aliás, quero extrair uma peça – com os meus poemas e de
mais 4 jovens autores.
7
– O que acha da política cultural do Amazonas?
R:
Acho graça!!!
8
– O que tem acompanhado nas artes em Manaus, no Brasil, no mundo,
enfim?
enfim?
R:
Não fico um ano sem ir a São Paulo, que não tem culpa de ser o centro da
colônia, ver o que há de novo, especialmente no teatro. Porque, apesar de tudo,
como diria Galileu, ela se move...