Rogel Samuel*
Eu me lembro de Aderson Dutra jovem, na varanda de nossa ex-casa, na Av Getulio Vargas, nos dias de aniversário. Rindo, como sempre contando fatos, não tinha pose de Procurador Geral de Justiça, ou de Reitor, mas de amigo. Foi lá que deu emprego a um jovem químico, assim:
– Que você está estudando, perguntou ele ao rapaz.
– Estou–me formando em engenharia química este ano, respondeu;
– Estamos precisando de químicos lá na CEM.
E o rapaz estava empregado.
Certa vez fui visitá-lo e ele me presenteou com o grande livro de Samuel Benchimol “Amazônia”, que tenho até hoje.
Ele era assim. Generoso. Ele e Norma, sua esposa, instituíram uma cesta básica para minha avó, que sempre passou necessidades, e todo mês o chofer ia levar os mantimentos para ela.
Ele vivia para os outros.
Gostava de política e era um democrata. Sabendo da minha paixão pelo PT, sempre que me via perguntava, rindo:
– Como vai a Erundina? – então prefeita de São Paulo.
Ele era assim.