Zemaria Pinto
O projeto Livro de Graça
na Praça nasceu há onze anos, em Belo Horizonte, como resultado de um sonho
individual que logo se tornou delírio coletivo: se a praça é do povo, leve-se
livros à mancheia ao povo da praça, para fazê-lo pensar.
O sonho agora ganha o
Brasil, e Manaus, tão fluvial quão pluvial, é escolhida para ser a primeira
sede dos além-gerais, alegria partilhada com as minerais Uberaba e Uberlândia.
Entre os 20 autores
publicados – 17 convidados e 3 escolhidos por concurso –, encontramos representantes
das mais diversas “tribos”: da moçada que não dispensa a máquina de
datilografar a velhos blogueiros viajantes do ciberespaço.
A proposta de mostrar
Manaus como personagem e/ou paisagem por vezes se oblitera: no fundo, esta
cidade está dentro de cada um de nós, orgânica parte de nossa paisagem interior.
Notável é a
diversificação etária desta antologia: do decano Thiago de Mello, que viu a luz
nos anos 20 do século passado, aos autores em flor, sementes lavradas nos
recém-findos 90, sete décadas vos contemplam... Isto nos leva a uma multiplicidade
de estilos e de visão que mais enriquece o conjunto, uma amostra poliédrica da
produção literária do Amazonas, neste princípio do século XXI.
Obs: orelha do livro de contos Manaus 20 autores (Belo Horizonte: Quixote, 2013),
do projeto Livro de Graça na Praça.