Amigos do Fingidor

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vergonha, CPIs e “CPoadas”


 
David Almeida

 

Assistindo, diariamente, a tudo o que está acontecendo nessa pátria mãe gentil, me senti envolto numa moldura paradoxal, de um quadro, onde se mostra um País, que dizem ser abençoado por Deus e bonito por natureza, mergulhado num cenário de escuridão e de vergonha. Cansado dos desmandos do poder publico, o povo protagoniza uma busca à claridade dos seus caminhos.

Vocês devem lembrar que vergonha foi uma palavra muito usada na votação do novo código florestal brasileiro. Tudo porque a Presidenta Dilma mandou um recado por um deputado, aliado ao governo, dizendo, que “o que se estava votando, no momento, naquela casa, era uma vergonha”. Minha gente, eu nunca pensei que uma palavra dessa fosse causar um tsunami no sangue que corre nas veias dos nossos nobres políticos.   

A palavra, vergonha no dicionário quer dizer: desonra humilhante, opróbrio, sentimento penoso de desonra, entre outras coisas mais.

“Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo!” Que bom, se realmente a VERGONHA, na teoria e prática, tomasse conta das caras-de-pau, que proliferam, a cada dia, no cenário político brasileiro – não são todos, claro - e das nobres casas, que representam o povo, por “esses brasis” afora.

É a hora e a vez da palavra VERGONHA! Como já teve a vez, e a hora, também, de outras palavras, saindo e soando bonito, das bocas dos nossos políticos, aos ouvidos da nossa nação. Mas tudo continua com outra palavra famosa: CPI. E o nosso povo, sempre, em uma vergonhosa “CPoada”.    

Mas, vejam, não basta, teoricamente, ter vergonha na cara, porque, na pratica, um dia, o sem-vergonha vai ter que tirar a máscara e mostrar a cara. A vergonha está numa fração de segundos entre o passado e o presente, portanto, liga dois tempos, que podem fazer a diferença num futuro bem próximo.

A vergonha é muito importante para quem é digno, honesto, cumpridor dos seus deveres, por que sempre está trazendo o cidadão à reflexão. Quero dizer, que não é o caso de muitos dos moradores das referidas nobres casas, que não ficam nem vermelhos de vergonha, por suas atitudes. Esses são os sem-vergonhas!      

Sem-vergonha é um adjetivo composto que usamos quando queremos chamar alguém de indigno, canalha, devasso... Muita gente não gosta de ser chamado de sem-vergonha, principalmente, alguns políticos que ficam logo vermelhos, furiosos, exaltados, com os brios e as honras feridas, como se muitos deles, que fazem parte dessas nobres casas, não tivessem praticados atos vergonhosos, refletindo vergonhosamente, de uma forma arrasadora, nas vidas dos cidadãos, que fazem e sustentam este país verde e amarelo. Aliás, vergonhosamente, muito mais amarelo que verde: amarelo avivado pela fome; pela miséria; pela pobreza e pelas injustiças.  

Ao contrário, o verde está enfraquecido, desbotado, vergonhosamente, pelas atitudes de quem não tem, no mínimo sequer, compromisso e respeito com a vida do cidadão. Mas, das nobres casas ressoam os discursos dos tribunos recheados de boas vontades, promessas, contudo, quando são pegos com as malas, cuecas, calças, meias, almas até o tucupi de “dimdim”, não acontece nada, eles ganham uma tal de CPI, e o povo uma tal de “CPoada” e tudo acaba sempre num paraíso de pizzas e panetones.

E só para terminar, quero lembrar aos nossos cidadãos leitores, que quando se vota em pessoas que não tem o mínimo de compromisso com a realidade do povo, é também, uma VERGONHA!