Amigos do Fingidor

quinta-feira, 17 de março de 2016

Bolsa Carisma



Paulo Sérgio Medeiros

Fico me perguntando qual seria o critério de seleção para o cidadão ter o direito de receber o bolsa carisma, assim que desembarca por aqui? Embora Deus seja tão justo e generoso, ainda assim, Ele não libera essa bolsa pra qualquer um. Ah, mas eu tenho carta de crédito. Não interessa! Aqui quem manda sou Eu! Responde Ele delicada e democraticamente.
Até imagino um processo de seleção bastante rigoroso sem direito a tal carta de crédito e/ou muito menos carta de recomendação, até porque, carta de recomendação redigida a punho pelos próprios pais não legitimaria tal solicitação. Mas mesmo assim continuo a me perguntar: Why? Pourquoi? Por quê? Isso mesmo, em vários idiomas, uma vez que já ando desconfiado de Sua tal brasilidade como as pessoas apregoam por aí. Tenham certeza, dessa pergunta Ele não me escapará quando eu esticar as canelas.
Toda essa introdução pra falar de um amigo querido. Pense num cara carismático. Onde ele chega vira o centro das atenções. Educado, simpático, gentleman, bem-humorado, inteligente, humilde e fiel como um cachorro. 
E as mulheres diante dele? Todas segurando o queixo. E ele nem precisou vir equipado de olhos verdes, barriga tanquinho, nariz afilado, bíceps e tríceps bem definidos. Definitivamente, não é isso que uma mulher inteligente busca num homem. Concordam, meninas?
Ele é do tipo que manda flores, janta à luz de vela, elogia, surpreende, ajuda, ele é romântico, curte Cecília Meireles, percebe o aparar das pontas dos cabelos femininos, em suma, ele é o cara! Eu, euzinho, homem bem resolvido, também fico de queixo caído pro lado dele. Se alguma vez na minha vida eu senti inveja de alguém, foi desse “caboco” que tal sentimento me corroeu. Ele é magnético.
E pra piorar ele ainda toca violão. Aí meus amigos, como diz a expressão, aí f...
Então só retomando o primeiro parágrafo pra finalizar. Não adianta, quem não recebeu o bolsa carisma na chegada, vai continuar sendo mala até a partida.