Amigos do Fingidor

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Vereda de pássaros



Zemaria Pinto
                  
(para Carol, Paloma, Amanda e Maria – pássaros)
  
paisagem de luz e harmonia
de sonho e éter construída
assombro da dor, fantasia
paixão, muito mais que amor: vida

um viajante  de alva plumagem
vai deslizando no azul
e na seda infinita do espaço
melodias, notas raras
explodem num canto de amor
revelando a rota da viagem:
uma chegada sem ida
um adeus sem despedida
sorrisos pra quem se vai
canções, gorjeios, sinais

araras e jaburus
juritis e japiins
patativas, bem-te-vis
rouxinóis e jacamins
bacuraus, uirapurus
inhambus e colibris
marias ainda implumes
palomas brancas, morenas
amandas e carolinas

cantos de dor, de alegria
quadros de encanto e magia
o poema revela o mito:
a procura do destino
é feito o voo dos pássaros
– o caminho é o infinito...