Meu mundo caiu
Zemaria Pinto
A vida
é um aprendizado, querida. Não quero a compaixão de ninguém. Tenho que sair
dessa sozinha, me reinventando. Não sou a mesma de um mês atrás, mas também não
serei a mesma daqui a um ano. Eu não caí sozinha, como de outras vezes. Se
fosse, eu seguiria em frente: caiu, respira fundo, levanta. Não, desta vez a
minha estrutura toda desmoronou. Mas tenho que transformar em gênese esse
apocalipse. Não me pergunte como, pois estou aprendendo, errando no atacado
para acertar no varejo, como diria minha avó. O onde é aqui. O quando é agora.
Meu mundo caiu (1958), de Maysa (Rio de Janeiro, 1936-1977).
Samba-canção.
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