Amigos do Fingidor

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Bolero's Bar 9

 Solamente una vez 

Zemaria Pinto

 

Renúncia. A palavra é dura para quem está de fora. Lembra sofrimento. Renuncia-se ao prazer, à vida. É o preço que se paga pelo amor que não se explica. E esse amor só acontece uma vez, como uma estrela cadente a iluminar o solitário caminho da alma, transformando-o num jardim florido em permanente festa. Esse amor é único e para sempre: renúncia, dedicação, entrega total. Os pecados de antes se apagam e as portas do mundo se fecham. Ela está feliz, eu estou triste. A tristeza passa, fica a lembrança de um milagre.

 

Solamente una vez (1942), de Augustin Lara (México, 1897-1970). Bolero.

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