Solamente una vez
Zemaria Pinto
Renúncia.
A palavra é dura para quem está de fora. Lembra sofrimento. Renuncia-se ao
prazer, à vida. É o preço que se paga pelo amor que não se explica. E esse amor
só acontece uma vez, como uma estrela cadente a iluminar o solitário caminho da
alma, transformando-o num jardim florido em permanente festa. Esse amor é único
e para sempre: renúncia, dedicação, entrega total. Os pecados de antes se apagam
e as portas do mundo se fecham. Ela está feliz, eu estou triste. A tristeza
passa, fica a lembrança de um milagre.
Solamente
una vez (1942), de
Augustin Lara (México, 1897-1970). Bolero.
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