Nuestro juramento
Zemaria Pinto
Tristeza
não combina com a gente. É o uísque que te entristece. A dúvida é para os
filósofos, não para os amantes. A angústia, idem. Nós nos amamos e somos
felizes, mas se isso te faz sofrer, vamos fazer um trato. O cenário é o pior
possível: se um de nós morre, o que o outro vai fazer, para sobreviver a esse
amor? Tudo que te peço é que chores sobre o meu corpo o que puderes chorar,
para que eu leve no ataúde as tuas lágrimas por companhia. Mas se eu ficar
sozinha, te prometo escrever nossa história. Assim, todos ficarão sabendo do
quanto nos amamos e o quanto é possível amar. As letras serão vermelhas sobre a
página branca, simbolizando o meu sofrimento. Tinta-sangue, brotada do coração.
Nuestro
juramento (1956), de
Benito de Jesús (Porto Rico, 1912-2010). Bolero.
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