Andando pelo interior do Amazonas a produzir documentários, topei um dia com um senhor de nome João do Forte. Esse senhor tinha entrado no barco que faz a linha Alvarães-Uarini. Como escrevia sem parar, aproximei-me para puxar conversa e descobrir sobre o que escrevia.
– São poemas sobre esta nossa vida de ribeirinho – ele me respondeu. – Já andei por todo esse interior, escrevendo nesses cadernos.
– Pretende publicar? – perguntei.
– Não precisa – explicou. – Após escrever, deixo os cadernos nas bibliotecas das escolas dos municípios por onde passo.
(Marco Adolfs)