Amigos do Fingidor

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

MemoCult/UEA promove ciclo de encontros culturais na Academia Amazonense de Letras



Juliana Sá

 
Você já parou pra pensar como algumas obras, de tão originais, adquirem vida própria? Nessas “obras” há algo essencial que as diferenciam de outras do gênero, trilhando um caminho de sucesso muitas vezes inesperado pelo(s) autor(es) que as conceberam. Obras como La Gioconda, D. Quixote, o boi-Bumbá de Parintins e mesmo obras “acidentais” como o popular restauro do “Ecce Homo” da Igreja de São Borja, na Espanha, (por que não?) atravessam meses, anos, séculos e se fixam no imaginário de diferentes públicos e gerações. O que haverá de tão especial nestas obras? O que as torna emblemáticas de uma cultura, de uma civilização, de um público específico?

Buscando respostas a algumas dessas questões, o grupo de pesquisa Investigações sobre Memória Cultural em Artes e Literatura (MemoCult/UEA), que vem estudando as mais diversas formas e fontes de arquivo artístico e cultural, em parceria com a Academia Amazonense de Letras (AAL), realizará a cada mês um encontro para debater as trajetórias de vida de nove obras (literárias, artísticas, culturais) de abrangência local ou global.

Intitulado “A vida de uma obra:”, o projeto busca contribuir para a discussão sobre arte e cultura na cidade e reforçar os laços entre o conhecimento acadêmico – sobretudo aquele produzido no âmbito do Programa de Pós-graduação em Letras e Artes da UEA – e o conhecimento da sociedade em geral.

O projeto será desenvolvido na forma de um ciclo de nove encontros, previstos para ocorrer sempre na segunda quarta-feira de cada mês na sede da ALL, em Manaus, no decorrer de 2013-2014. A ideia de cada encontro será discutir um tópico da produção histórica e cultural da sociedade local e/ou global que possa ser entendido como “obra” – seja de produção individual, seja coletiva. As obras selecionadas privilegiarão diversas fontes artísticas e culturais, tais como cinema, literatura, dança, teatro, música, festas populares, espaços urbanos, etc.

O elenco prévio das obras de cada mês está assim distribuído: Frauta de Barro (setembro), Guernica (outubro), Cidadão Kane (novembro), Cultura Maku (dezembro), D. Quixote (março), Bíblia (abril), ópera Jara (maio), Boi-bumbá de Parintins (junho) e Candomblé (julho). Cada encontro será dirigido por dois palestrantes, que abordarão uma obra específica, dando duas visões diferentes sobre esta, centrando-se na história dessa obra, sua trajetória pública, sua recepção, sua vida enfim.

Além de estudiosos de cada obra específica, o público de cada edição também será convidado a dar suas contribuições ao debate. Como obras abertas que são, todo tipo de conhecimento que se tem sobre elas – mesmo que modesto – será indispensável para que se compreenda, o mais amplamente possível, quão variados são os olhares de público e crítica e quão múltiplas as fontes de saber sobre um mesmo produto.

A obra eleita para o primeiro encontro do projeto é “Frauta de Barro”. Publicada em 1963, a obra inaugural do poeta amazonense Luiz Bacellar já conta com sete edições. Em 50 anos de existência, não faltam causos curiosos a contar sobre a vida de “Frauta”, de seu lançamento às controvérsias envolvendo suas últimas edições. Para debater sobre uma das principais obras poéticas produzidas nos últimos 50 anos no Brasil, nesta edição contaremos com a presença do poeta Elson Farias e do coordenador do projeto, Prof. Allison Leão, na direção do debate.

O encontro será realizado no próximo dia 11/09, às 18h30min, na sede da Academia Amazonense de Letras, em Manaus. A entrada será gratuita e a participação aberta a todos os públicos. A ALL fica localizada na Av. Ramos Ferreira, 1009 – Centro. Saiba mais no endereço: https://www.facebook.com/avidadeumaobra.

Contatos:

Prof. Allison Leão: (92) 8116-6447 – coordenador do projeto

Juliana Sá: (92) 8206-1084 – mestranda, integrante do projeto