Juliana Sá
Você já parou pra pensar como algumas obras, de tão
originais, adquirem vida própria? Nessas “obras” há algo essencial que as
diferenciam de outras do gênero, trilhando um caminho de sucesso muitas vezes
inesperado pelo(s) autor(es) que as conceberam. Obras como La Gioconda, D.
Quixote, o boi-Bumbá de Parintins e mesmo obras “acidentais” como o popular
restauro do “Ecce Homo” da Igreja de São Borja, na Espanha, (por que não?)
atravessam meses, anos, séculos e se fixam no imaginário de diferentes públicos
e gerações. O que haverá de tão especial nestas obras? O que as torna
emblemáticas de uma cultura, de uma civilização, de um público específico?
Buscando respostas a algumas dessas questões, o
grupo de pesquisa Investigações sobre Memória Cultural em Artes e Literatura (MemoCult/UEA),
que vem estudando as mais diversas formas e fontes de arquivo artístico e
cultural, em parceria com a Academia Amazonense de Letras (AAL), realizará a
cada mês um encontro para debater as trajetórias de vida de nove obras
(literárias, artísticas, culturais) de abrangência local ou global.
Intitulado “A vida de uma obra:”, o projeto busca
contribuir para a discussão sobre arte e cultura na cidade e reforçar os laços
entre o conhecimento acadêmico – sobretudo aquele produzido no âmbito do
Programa de Pós-graduação em Letras e Artes da UEA – e o conhecimento da
sociedade em geral.
O projeto será desenvolvido na forma de um ciclo de
nove encontros, previstos para ocorrer sempre na segunda quarta-feira de cada
mês na sede da ALL, em Manaus, no decorrer de 2013-2014. A ideia de cada
encontro será discutir um tópico da produção histórica e cultural da sociedade
local e/ou global que possa ser entendido como “obra” – seja de produção
individual, seja coletiva. As obras selecionadas privilegiarão diversas fontes
artísticas e culturais, tais como cinema, literatura, dança, teatro, música, festas
populares, espaços urbanos, etc.
O elenco prévio das obras de cada mês está assim
distribuído: Frauta de Barro (setembro), Guernica (outubro), Cidadão Kane
(novembro), Cultura Maku (dezembro), D. Quixote (março), Bíblia (abril), ópera
Jara (maio), Boi-bumbá de Parintins (junho) e Candomblé (julho). Cada encontro
será dirigido por dois palestrantes, que abordarão uma obra específica, dando
duas visões diferentes sobre esta, centrando-se na história dessa obra, sua
trajetória pública, sua recepção, sua vida enfim.
Além de estudiosos de cada obra específica, o público
de cada edição também será convidado a dar suas contribuições ao debate. Como
obras abertas que são, todo tipo de conhecimento que se tem sobre elas – mesmo
que modesto – será indispensável para que se compreenda, o mais amplamente
possível, quão variados são os olhares de público e crítica e quão múltiplas as
fontes de saber sobre um mesmo produto.
A obra eleita para o primeiro encontro do projeto é “Frauta
de Barro”. Publicada em 1963, a obra inaugural do poeta amazonense Luiz
Bacellar já conta com sete edições. Em 50 anos de existência, não faltam causos
curiosos a contar sobre a vida de “Frauta”, de seu lançamento às controvérsias
envolvendo suas últimas edições. Para debater sobre uma das principais obras
poéticas produzidas nos últimos 50 anos no Brasil, nesta edição contaremos com
a presença do poeta Elson Farias e do coordenador do projeto, Prof. Allison
Leão, na direção do debate.
O encontro será realizado no próximo dia 11/09, às
18h30min, na sede da Academia Amazonense de Letras, em Manaus. A entrada será
gratuita e a participação aberta a todos os públicos. A ALL fica localizada na
Av. Ramos Ferreira, 1009 – Centro. Saiba mais no endereço: https://www.facebook.com/avidadeumaobra.
Contatos:
Prof. Allison Leão: (92) 8116-6447 – coordenador do
projeto
Juliana Sá: (92) 8206-1084 – mestranda, integrante
do projeto