Amigos do Fingidor

terça-feira, 17 de setembro de 2013

No Amazonas é assim...



Paulo Sérgio Medeiros
 

Espia só, no Amazonas é assim... Comeu jaraqui não sai mais daqui, nem com nojo. O peixe aqui não é delicioso, é gostoso no balde. É caroço! Almeno é o que falam pelos quatro cantos do estado. E não falam debalde! 

Caboco, no Amazonas é assim... Tá morto de brocado e quer comer um sanduíche? Então peça um sanduba no capricho. Comeu e não gostou? Putatinga! Vai para casa e faz uma gororoba. Não encheu? Putitanga!   

Camarada, no Amazonas é assim... Quer ir embora? Capa o gato, pega o beco, bora? Borimbora. Se vai de vez, vai de mala e cuia. Se decide voltar de carro, vai ter que dar o balão. Se quer ficar, faz hora então. Se está livre, está só de bubuia. E por falar em bubuia, banho na beira do rio gostoso mesmo é com cuia. E no futebol, ah, no futebol, banho de cuia. Do contrário, pimba! Banho de cacimba. 

Mano, no Amazonas é assim... Povo bacana é chibata de touro. Apesar de nossas mazelas, ou melhor, nossas perebas, nós rimos, ou num bom amazonês, nós achamos graça, né não? Coisa de amazonense. 

Márrapá, no Amazonas é assim... Se o negócio é sério, eita porra! é dos vera, senão, é dos brinca. Égua, que fuleiragem. Agora eu vi! Mas o povo daqui sabe fazer o caqueado de verdade, estou falando sério, de rocha, não é bacaba não.  

Parente, no Amazonas é assim... Mulher fácil é periguete, casa pequena, quitinete, pessoa musculosa, parrudo, coisa boa, porreta, proporções anormais, maceta, chuva forte, pau d’água, coisa boa, paid’égua, tá pra ti? Então te mete! 

Meu grande, no Amazonas é assim... Faltar a um compromisso é bater fofo, o que provavelmente é garantia de um caloroso bate-boca mais tarde, com direito a baculejo na carteira, no facebook ou no carro. As mulheres por aqui são desconfiadas que só. 

Maninho, no Amazonas é assim... Nunca prescreve o mormaço de ar molhado como a dizer: sou este inferno verde, inferno de amar, apedreja-me e ainda terás o meu afago.  

Bicho, no Amazonas é assim... Um perene abrigo verde tingido de Eldorado para todas as tribos que quando do teu arco a flecha parte, longe de ti o pior castigo. 

Enfim, no Amazonas é assim... Comeu jaraqui não sai mais daqui.