Lábios
que beijei
(J. Cascata e Leonel Azevedo)
Lábios
que eu beijei
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar, assim.
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar pedia
Que fosses sincera para mim.
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar, assim.
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar pedia
Que fosses sincera para mim.
Nada tu
ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor.
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor.
Passo os
dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais.
Deus, tem compaixão deste infeliz
Por que sofrer assim?
Compadecei-Vos de meus ais.
Carpindo a minha dor sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais.
Deus, tem compaixão deste infeliz
Por que sofrer assim?
Compadecei-Vos de meus ais.
Tua
imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Volta, dai lenitivo à minha dor.
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Volta, dai lenitivo à minha dor.
A gravação original, com Orlando Silva, datada de março de 1937.
(YouTube)