João Bosco Botelho
Paris
continua representando um dos mais importantes pilares da cultura
ocidental .
Ao
contrário das festas
e encontros , em muitos países, que podem se estender até a madrugada ,
em Paris, raramente acontece. De modo geral , não são muitos os locais
onde é possível
encontrar a vida
noturna após
23 horas , quando
ocorre a interrupção da maior parte das
linhas do metrô e os táxis são ainda mais escassos . A exceção é o triângulo
Quartier Latin – Saint Germain-des-Près – Montparnasse,
desde o século 19, reduto de muitos intelectuais, pintores e escultores que
marcaram a história das artes, onde muitos restaurantes
permanecem abertos 24 horas e estão situados alguns
dos mais importantes
monumentos à cultura.
A primeira
opção, conhecer o Jardim de Luxemburg, com especial atenção na face sul, a sede
do Senado. Na primavera as alamedas entrecortadas pelos nichos de flores
multicoloridas extraordinariamente bem cuidadas, oferecem o ambiente ideal para
a leitura ou a caminhada sem pressa, para movimentar com leveza o corpo.
Nos
últimos cinco anos, na face leste das grades de ferro fundido trabalhadas que
cercam o jardim, a exposição permanente de dezenas de fotografias de renomados
profissionais enfocando temas do equilíbrio ecológico da França e territórios
franceses.
O
museu do Louvre, pode ser
alcançado por meio
de caminhada , ao longo
da rua de Rennes, em
toda a extensão ,
até a igreja Saint
Germain-des-Près. Após conhecer
esse templo medieval, pleno de história ,
a escolha seguinte ,
alguns metros
subindo o bulevar Saint Germain-des-Près,
seria beber o melhor
Bordeaux, no Café de Flore, o preferido dos intelectuais,
entre eles, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, líderes incontestes dos protestos , nas ruas
de Paris, nos anos
1968
No
final da tarde ,
a caminhada de volta ao longo das margens do Sena , até a ilha de la Cité, deslumbrada pelo mais belo
monumento da arquitetura gótica : a catedral
de Notre Dame, o Palácio da Justiça (Conciergerie)
, o Hotel (Hospital ) de Dieu e a Saint Chapelle.
Se
domingo , melhor
ainda , a missa
das 19 horas , na Notre Dame, magnífica, plena da mágica relação com o Deus! Sempre
com apresentação de algum
festejado organicista e do coro da própria igreja, esse instrumento complexo, do século 13, um dos maiores do mundo, responde com veemência
mágica sob as mãos e os pés do artista, acompanhando o canto
gregoriano , o incenso ,
a estrutura gótica
do átrio , a rosácea composta de vidros
multicoloridos, o ambiente de fé e o rito
transformam a missa domingueira
da Note Dame em
algo difícil
de descrever, mas oferecendo a certeza do quanto o homem pode ser generoso.
A
noite pode ser
encerrada em um
dos muitos restaurantes
do Quartier Latin, seja grego, chinês,
tailandês, japonês ou
italiano, onde é sempre
possível beber
o melhor vinho
francês .