Pedro Lucas Lindoso
Há sempre um ar de sisudez e
silêncio no Departamento Jurídico de uma grande empresa do Distrito Industrial.
De repente chega Dra. Ruth, advogada e esposa do gerente jurídico e desabafa:
– Há um enorme rato alojado
na cozinha de nossa casa. Ninguém consegue matá-lo.
Dra. Ruth e Dr. Mauro vivem em
sofisticado condomínio com um dos maiores IDH (índice de desenvolvimento
humano) de Manaus e quiçá do planeta. A propriedade é mensalmente objeto de eficiente
sistema de desratização. Assim, a presença do ratão foi considerado um grande
mistério.
Suspeita-se que o ardiloso,
guloso, atrevido, perspicaz, estrategista e folgado roedor chegou à mansão na
aparelhagem de um Buffet de pizzas. Mas não há provas.
O fato é que no domingo o
ratão deu o ar da graça. Apareceu na lavanderia. Depois sumiu. Novamente começa
a deixar vários vestígios de que havia se alimentado fartamente. Vestígios
encontrados na sala e em um dos quartos e principalmente na área da cozinha. O
pânico se instala.
Finalmente Dr. Mauro
localizou o intruso roedor na área da cozinha. Começou aí uma guerra, à la Tom
e Jerry, entre Dr. Mauro e o “big rat”.
Sim, porque “mouse” é denominação de
pequeno roedor. Aquilo é o que os americanos definem como “rat - a large long-tailed rodent”.
Dr. Mauro armou as seguintes estratégias para
eliminar o “big rat”: 1 –
trancou as portas da cozinha; 2 – instalou uma babá eletrônica para vigiar
o ratão; 3 – armou ratoeiras e armadilhas de acordo com sites da internet.
Espantou-se com a enorme
variedade de sugestões de ratoeiras: ratoeira de pet, ratoeira elétrica,
ratoeira americana, ratoeira adesiva de papel, repelente de ratos ultrassônico,
ratoeira clássica e uma interessantíssima armadilha com balde.
Optou por instalar as duas últimas.
Passou o feriado de
segunda-feira monitorando o ratão, pela câmera da babá eletrônica. O big rat conseguiu pegar a isca da
ratoeira clássica e sair ileso. Subiu no balde, comeu a isca e não se afogou.
Mauro sentiu-se o próprio gato Tom, caçando o rato Jerry.
No dia seguinte foram
contratadas duas firmas de desratização. Tudo em vão. À tarde, um funcionário
do condomínio conseguiu finalmente capturar o ratão.
A boa notícia chegou ao
casal pelo WhatsApp. Com foto e tudo. Finalmente o casal de “advogatos” pode
relaxar e fazer seus recursos jurídicos e pareceres com tranquilidade.