Amigos do Fingidor

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

galo de rinha


depois que lhe depenaram o pescoço, floresceu o canto rouco. daí que, agora, o galo das sonoras madrugadas reina, sob o alvoroço dos apostadores, nas manhãs de rinhas manchadas de sangue e esvoaçares de penas.

sua fama de galo brigador tem trazido adversários de muito longe.

temo que num desses dias trágicos o altivo galo não resista à fúria de galos mais novos, com seus esporões de aço e bicadas dilacerantes. e, com isso, a cidade mergulhe novamente no esquecimento.

(Adrino Aragão)