Amigos do Fingidor

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Uma tela na parede é lançado em Manaus



O escritor Renato Augusto Farias de Carvalho lançará no próximo sábado, dia 21 de novembro, às 10 horas, na Livraria Valer (Av. Ramos Ferreira, 1195 – Centro) o livro de memórias romanceadas Uma Tela na Parede.

Irmão do poeta Carlos Farias de Carvalho, integrante do Clube da Madrugada, Renato viveu parte da sua juventude em Manaus. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em Letras e construiu a sua carreira literária em Niterói, onde vive há 30 anos. As palavras grafadas por ele neste romance fluem por um ideário semelhante ao proposto por Octavio Paz em relação ao poema simbolista e ao quadro cubista – “o visível revela o invisível”.

Desde as primeiras linhas, as palavras visíveis vão desenhando um invisível mundo de grande sensibilidade: as confissões feitas ao sabor das águas do velho Rio Amazonas, os igarapés de Manaus e personagens verdadeiramente insólitos – Dona Myrtes, Tenâncio, Maria Helena da Chapada e tantos outros... não compõem apenas uma história, mas, ao reverso, dão cor à imaginação, pintando-a com tintas literárias, filosóficas, sociológicas, históricas, geográficas, todas com engenho e arte.

O leitor embarca literalmente num sem-número de viagens – ao Rio de Janeiro, a Lisboa, Berlim, Roma e a muitos universos interiores. Um ir e vir com instantes fantásticos, ao embalo de poemas de Cora Coralina, além de um pouso numa casa mística em Niterói.

Dentro desse tom, Renato Augusto, até nas entrelinhas, vai dizendo para o leitor: “Nossos personagens ‘vivem’ onde moram as imagens mais íntimas, resguardadas por uma benevolente estrutura gravada no sólido eu-mesmo de cada um. De repente, a gente tropeça. Um chão se anula. E os personagens se extinguem nas fendas”. Fendas de onde saem, ou entram, vidas e vidas que, por instantes, aspiram à felicidade. Vivos e mortos, seres eternizados, numa tela na parede. Imagens em palavras, palavras em imagens, telas dinâmicas em narrativas que permanecem quando se chega ao colorido verbo do final do livro. Uma tela na parede merece destacado lugar na galeria dos grandes romances.


Sobre o autor

Renato Augusto Farias de Carvalho nasceu em Manaus/AM no dia 30 de junho de 1935. Em sua terra natal, estudou no Colégio Salesiano Dom Bosco. Na cidade do Rio de Janeiro/RJ, para onde se mudou em janeiro de 1952, continuou seus estudos no Colégio Andrews, tendo participado do Grêmio Acadêmico, que ajudou a fundar. No início de 1978, passou a residir em Niterói/RJ. Graduou-se em Letras (Língua e Literatura – Português/Francês) na então Faculdade de Humanidades Pedro II (FAHUPE). Pós-graduou-se em Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas. Exerceu diversas funções e cargos na Previdência Social (Direção Geral – RJ), aposentado-se em 1989. Ocupante da cadeira nº 6 da Academia Niteroiense de Letras, também é membro do Cenáculo Fluminense de História e Letras e da Associação Niteroiense de Escritores.

Publicou os seguintes livros: Porto de Ocasos (ficção/memórias. 1998. Editora Cromos), Poesia-do-que-eu-quis (poemas. 2002. Editora Cromos) e Vinho e Verso (poemas. 2005. Ed. Valer). Entre as diversas medalhas já recebidas, destacam-se a José Cândido de Carvalho (conferida pela Câmara Municipal de Niterói) e a do Mérito Cultural Belas Artes (conferida pala Associação Fluminense de Belas Artes). Participou, como entrevistado, do projeto “Personalidades de Niterói”, iniciativa da Associação Atlética do Banco do Brasil – AABB/Niterói. Autor dos enredos carnavalescos “Jorge Amado – do País do Carnaval à Tieta do Agreste” (1978) e “E agora malandro? – Você ganhou a loteria!” (1979), desenvolvidos para Escolas de Samba de Niterói, e de monografia sobre o Clube da Madrugada (movimento cultural de escritores amazonenses nos anos 1950). Das muitas palestras proferidas, destacam-se: “Teatros do Brasil” (participação de Beatriz Chacon e Thuany Feu de Carvalho), “Fagundes Varela”, “Cora Coralina e Manoel de Barros (participação de Gracinda Rosa e Lena Jesus Ponte), “Xavier Placer, 50 anos de literatura”, “Adelino Magalhães, e o pré-modernismo”, “Cora Coralina e Florbela Espanca, um encontro tão possível”, “Articulação poética aproximando Luiz Barcellar e Jorge Tufic” e “Lindalva Cruz e suas composições amazônicas”. É autor de contos e crônicas publicados em jornais e revistas e de alguns prefácios. Possui textos em antologias.