Amigos do Fingidor

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Curso de Arte Poética


Jorge Tufic
 
POESIA INFORMATIZADA

 

                   Heitor Luiz Murat (RJ), inserido no volume “Momentos de Crítica Literária” (VII-Campina Grande-Paraíba) com trabalho sob o título “Arte Informática: novos rumos da inteligência artificial”, assim resume suas primeiras experiências: a poesia (3):

                   “Minhas primeiras experiências se realizaram na PUC/RJ com um sistema gerador de quadrados mágicos de palavras. Quadrados mágicos de palavras são conjuntos de letras que formam palavras tanto na horizontal quanto na vertical. Por exemplo: 

E L O
M A R
A R A 

                   O problema combinatório se torna interessante se introduz restrição de formação de palavras existentes na língua portuguesa. A crítica pode ser feita por alguns algoritmos simples que eliminam combinações impossíveis na língua portuguesa, em conjunto com consultas a um dicionário armazenado em memória.        

                   A medida que aumentávamos o tamanho do lado do quadrado os problemas aumentavam. Em particular quando o lado é de cinco letras surgem problemas bem complexos de tratamento de sufixos, prefixos e radicais. 

                   Quando o problema se tornou de uma complexidade insuperável, recolhemos todos os sistemas construídos e aplicamo-los à análise de poesias. 

                   Os quatro grandes sistemas empregados foram: 

-     os geradores de rimas

-     os analisadores métricos

-     os analisadores rítmicos

-     os analisadores de conceitos

                   O primeiro sistema nada mais era que um dicionário de rimas que foi rapidamente abandonado, tendo em vista que meus poemas normalmente não rimam. (...) O sistema está sempre a serviço do autor e o controle esteve sempre comigo. O computador é usado como um servo. Ressalto isto para dissipar os usuais temores de que a máquina poderia estar me dirigindo ou escravizando. 

                   Antecedentes da poesia informatizada na Semana de 22: Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia.”