Tainá Vieira
“Oh,
Capitão! Meu Capitão!” Como estás? Hoje
amanheci sem forças, algo mais forte que eu prendia-me ao leito. Queria ficar
ali, imóvel, apenas com o teu sorriso em minha mente. Fechei bem os olhos e
mesmo sem forças apertei a minha cabeça, querendo te ouvir e por um momento te
senti aqui... Fiquei feliz. Entretanto, quando deixei-me tomar pela felicidade
completa e levantei-me do leito, tu não estavas ali. Frustrei-me. Pois minha
memória refrescou-se e nesse instante percebi que há meses partiste para um
lugar distante e que talvez eu jamais te encontre novamente. Não que eu não
queira, mas onde tu estás nenhum mortal poderá entrar. “Oh, Capitão! Meu
Capitão!” Quando virás? Sei que é devaneio meu e mais uma vez perdoa essa minha
loucura, sei que não virás. Já estás aqui, em todas as lembranças, em todos os
ensinamentos que deixaste. Estás aqui “com seu paletó de brumas”, tocando sua
“frauta de barro” e caminhas por entre nós e nesse caminhar leve, sentimos sair
de seus passos os compassos da vida. “Oh, Capitão! Meu Capitão!” Tua jornada
não terá fim. Não morrestes na batalha. Pois todos os combatentes curvam-se
diante de ti e te saúdam com clamor e te louvam como o maior te todos os
generais. Um sorriso nesse instante brotou em minha face, uma luz passou por
mim. Que bom te ver, meu Capitão!
(“Oh, Capitão!
Meu Capitão”, verso de Walt
Whitman)