Paulo Sérgio Medeiros
No pátio da escola,
sentado ao pé de uma árvore, esperava pela minha filha Larissa. Outras crianças
já se divertiam durante aquele momento mais aguardado da aula – a hora da
saída.
Fiquei observando aqueles
futuros arquitetos, engenheiros, médicos e advogados enquanto eles brincavam.
Quanta leveza e pureza nos rostos e nos gestos. Todos desarmados de malícia.
Deu até vontade de ser criança de novo, mas quando lembrei do Adail, esse
pensamento logo se dissipou.
Já passava das cinco
horas e o sol já se escondia quando apareceu o garoto, aproximadamente seis
anos, um metro e vinte, pardo, voz macia. Aproximou-se e pediu, com a polidez
de um gentleman, licença para sentar ao meu lado. Gentilmente permiti sua
companhia. Ele carregava duas sementes nas mãos e me ofereceu uma. Aceitei o
presente e desembrulhei um "valeu, garoto!" E em seguida perguntei o
seu nome. Meu nome é Téo.
E depois disso veio o que
me motivou a escrever estas poucas linhas. Téo continuou. Eu gosto de
compartilhar. Eu coleciono sementes, mas gosto de dividir. A Larissa então
chegou e tivemos que partir. Porém, não poderia deixar de parabenizá-lo.
Apertei sua mão e compartilhei minha primeira impressão sobre ele: Téo, poucas
pessoas conhecem a dona generosidade. Continue assim, garoto!
Foram necessários apenas cinco minutos para
aquele pequeno me ensinar a ser grande.
P.S. Na hora de ir ele
sorriu tão bonitinho que acho até que a Larissa deu bandeira pra ele.