de pé na proa do barco, ele gritava que continuassem buscando o corpo desaparecido no primeiro mergulho. na limpidez das águas esverdeadas do rio, o sol fazia refletir a imagem do homem profundamente angustiado.
quando os banhistas, já cansados de mergulhar, perguntaram a ele quem era o afogado, ele respondeu, sufocado pelo choro, que era ele mesmo.
ao tentarem agarrá-lo, ele se lançou às águas, desaparecendo num novo mergulho. nunca mais o acharam.
(Adrino Aragão)