Amigos do Fingidor

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Meditação no Himalaia – pequeno diário de viagem IV

Marco Adolfs


Quando adentrei o salão, seguindo os cadenciados e decididos passos de Gyantzi, meu lama-guia particular, quase que me assustei com o mar de monges carecas e alaranjados que se estendia à minha frente e em todas as direções. Eu e os demais turistas espirituais em busca de iluminação ficamos ligeiramente abobalhados com tal impacto visual. De repente, para mim, e talvez alguns outros, aquilo ali parecia ser um bando de figurantes de algum filme sobre o Tibete, a ser rodado a qualquer momento. Mas era tudo verdade, e, pensei, aquela gente não estava ali para nenhuma brincadeira. Não demorou muito e o som do que parecia ser um pequeno sino ecoou no salão, fazendo aquele mar de monges com suas túnicas alaranjadas desaparecer como num passe de mágica. Quando todos saíram, ficamos apenas nós, os neófitos abobalhados e um lama idoso sentado em uma espécie de cadeira. Em um inglês compreensível, o lama idoso começou então a nos falar sobre como ativar os chakras silenciosos e misteriosos que existiam no interior de nossos corpos.

Dizia o idoso mestre de olhos puxados:

– ...Vocês tem que descobrir antes de tudo que, na base da coluna de todos vocês, existe uma fonte adormecida de poderosa energia... Essa fonte é conhecida como Muladhara Chakra... É o lugar de onde partem as Naadis, que vão até o cérebro... Esse é o caminho da...

Lhasa.