Amigos do Fingidor

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Meditação no Himalaia – pequeno diário de viagem III
Marco Adolfs

Seguindo os intensos e cotidianos exercícios de procura do êxtase espiritual, lembrei, em determinado momento, de quando era mais jovem, e comecei a ler todos os livros de Lobsang Rampa e tudo o que dizia respeito à Yoga e preceitos Védicos em geral. Era a minha iniciação na espiritualidade desses meus desejos de ascensão e que acabariam por me levar a descobrir o Tibet do agora, do hoje. Pensava eu em tudo isso quando meu guia se aproximou de mim, e, em um inglês atravessado, mostrou-me um documento que mais parecia um pergaminho bem antigo.

– O senhor está vendo esses desenhos? – perguntou-me.

– São chakras – respondi.

– Centros de energia, como o senhor já deve saber.

– Sim.

– Agora chegou a hora de o senhor aprender a ativá-los.

– E como se faz isso? – perguntei de volta, com uma certa ansiedade de neófito.

– Na reunião de logo mais o lama falará melhor sobre isso com todos. E amanhã cada um de vocês poderá exercitar alguns desses aspectos energéticos, com a devida atenção.

O que eu e outros já sabíamos sobre tudo isso era que, nos nadis, os tais canais de energia, os monges praticantes, através de uma devida concentração, eram capazes de controlar a temperatura do próprio corpo. Tudo muito estranho, mas que parecia ser possível de existir neste universo.

Quanto o monge saiu, voltei meus olhos na direção das montanhas, e pensei o quão árduo e difícil que seria escalar essas rochas geladas. Por tabela, pensei também naquela montanha que parecia existir dentro de mim. Como eu a escalaria?

Lhasa.