Amigos do Fingidor

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Rachel de Queiroz (1910-2003), por Novaes.


Escritor, pintor, poeta não tem sexo. Escrevendo, é aquela velha história, sou um ser humano. Escritor é um profissional que vive da pena ou da máquina. E uma coisa que eu sei que sou é um profissional. Mulher escrevendo, mulher que escreve, não pertence a uma comunidade à parte, nem, se ela se preza e ao seu ofício, pratica aquela subespécie artística chamada literatura feminina. Mulher que escreve é como mulher-soldado, luta de igual para igual, corre os mesmos riscos, enfrenta os mesmos obstáculos que o homem-escritor, que o homem-soldado. Você não diz mulher-soldada, então diga mulher-escritor, mulher-poeta. No caso, o gênero é neutro.

(Raquel de Queiroz*)


(*) Respondendo a uma pergunta de Edla van Steen, no livro de entrevistas Viver & Escrever: Você sempre disse "eu sou um escritor". Por quê?