arremessou a ânfora na vidraça da biblioteca. a noite se espatifou no oco da sala. das páginas do livro deixado aberto na escrivaninha, saltou a bruxa montada na vassoura. antes que ele gritasse, a bruxa o imobilizou completamente. do chapéu pulou o urso de cordas, batendo o tambor. e ao aceno da bruxa o corvo, bicando a folha de papel da máquina de escrever, devorou o poema, que o poeta nunca mais conseguiria escrever.
(Adrino Aragão)