Amigos do Fingidor

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

a bruxa


arremessou a ânfora na vidraça da biblioteca. a noite se espatifou no oco da sala. das páginas do livro deixado aberto na escrivaninha, saltou a bruxa montada na vassoura. antes que ele gritasse, a bruxa o imobilizou completamente. do chapéu pulou o urso de cordas, batendo o tambor. e ao aceno da bruxa o corvo, bicando a folha de papel da máquina de escrever, devorou o poema, que o poeta nunca mais conseguiria escrever.

(Adrino Aragão)