Jorge Tufic - 40 anos de AAL
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“Nos arredores de meus 38 anos, e após um longo período madrugadense de ojeriza aos ademanes acadêmicos, levara-me o acaso a pertencer ao Conselho Estadualde Cultura, convidado pelo Elson Farias. E ali eu fui obrigado a conviver com metade do Colegiado toda ela composta por membros de nossa Academia, sobressaindo-se desse grupo figuras seletivas como André Araújo, Genesino Braga,Djalma Batista, João Mendonça de Souza, entre outros, não menos brilhantes.
Para minha surpresa, contudo, apesar da resistência em não aceitar as idéias e a linguagem desses “imortais”, acabamos por nos entender naqueles momentos em que a decisão do Conselho batia, sobremaneira, com o pensamento do Clube da Madrugada, isto quanto à tentativa de destruição de nosso patrimônio histórico, salvo apenas no papel e na retórica.
Djalma Batista era, então, presidente da Academia Amazonense de Letras. Pediu-me ele que eu me candidatasse à vaga de Aristófano Antony, cujo patrono é Jonas da Silva, inscrevendo-me com cinco obras de minha autoria, além do respectivocurrículo. Recusei-me à proposta, daí porque eu já tinha assinado uma declaração feita ao Norões de que jamais aceitaria pertencer à AAL. Não conformado com isso, Djalma conseguiu cinco assinaturas de acadêmicos, que, assim, apresentaram meu nome como candidato à Cadeira número 18. Devia receber-me meu grande amigo Álvaro Maia, falecido em maio de 1969. Em vez do autor de ¨Buzina dos Paranás¨, recepcionou-me o poeta Elson Farias, e a noite dessa festa indicava a data de 20 de agosto de 1969.”
Jorge Tufic na sua paisagem favorita: entre os livros.