Um até breve para o gordo
Benayas Inácio Pereira
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Da esquerda para a direita, Marcos Frederico, Aldisio Filgueiras, Anibal Beça e Zemaria Pinto, na Editora Valer - 2008.
Há uns dias passei na casa do meu amigo Anísio Mello e falamos a respeito destes nossos amigos que sem mais nem menos resolvem à revelia mudar-se para o andar de cima. Não adianta a gente ficar se lamentando.
O filósofo Epiteto repetia sempre que têm coisas que podemos controlar e outras que fogem do nosso alcance. É verdade! Como evitar a morte? Não precisamos ter medo dela, pois enquanto vivemos, ela está ausente e quando ela chega, nós já não estamos. No papel funciona tudo bem, mas ainda não descobri o segredo de saber lidar com as perdas.
Anibal Beça é apenas mais um para ser colocado na lista das pessoas que amei e que se foram. Ele, naturalmente não teve tempo de se despedir de mim, mas em todas as vezes que estive ao seu lado, no leito do hospital, falávamos de tudo. Pusemos as fofocas em dia e tivemos papos deliciosos. Quando ele passou para a CTI, ainda o visitei duas vezes. Nestas duas ocasiões não conversamos, porém, nessa mudez falamos novamente de tudo.
Agora, o Gordoparte. Parabéns, Deus, por mais esta conquista. Aqui na Terra vamos seguindo cada vez mais enfraquecidos. Há uma carência muito grande de grandes homens, e principalmente daqueles que ainda se lembram de encher de poesias, as páginas gélidas e brancas de um papel rascunho qualquer.
Quer saber, Deus? Não sei até aonde Você pretende chegar. Sei que o ciclo da vida chega para todos nós e minha geração parece ter chegado aos pontos mais críticos da existência. Eu gostaria, no entanto, que Você desse uma trégua por uns tempos. Afinal, eu preciso me recuperar do desânimo atual.
Quando a você, caro Anibal, obrigado por tudo. Aprendi muitas coisas com você e espero não o ter decepcionado.
Abraços – e até breve!
Confesso-me incapacitado para falar da dor que sinto neste instante. Parece que Deus, de uns tempos a essa parte resolveu testar de vez minha tolerância e ver até onde eu suporto tantas perdas. Não desejo aqui ficar entregue ao desalento.
Há uns dias passei na casa do meu amigo Anísio Mello e falamos a respeito destes nossos amigos que sem mais nem menos resolvem à revelia mudar-se para o andar de cima. Não adianta a gente ficar se lamentando.
O filósofo Epiteto repetia sempre que têm coisas que podemos controlar e outras que fogem do nosso alcance. É verdade! Como evitar a morte? Não precisamos ter medo dela, pois enquanto vivemos, ela está ausente e quando ela chega, nós já não estamos. No papel funciona tudo bem, mas ainda não descobri o segredo de saber lidar com as perdas.
Anibal Beça é apenas mais um para ser colocado na lista das pessoas que amei e que se foram. Ele, naturalmente não teve tempo de se despedir de mim, mas em todas as vezes que estive ao seu lado, no leito do hospital, falávamos de tudo. Pusemos as fofocas em dia e tivemos papos deliciosos. Quando ele passou para a CTI, ainda o visitei duas vezes. Nestas duas ocasiões não conversamos, porém, nessa mudez falamos novamente de tudo.
Agora, o Gordoparte. Parabéns, Deus, por mais esta conquista. Aqui na Terra vamos seguindo cada vez mais enfraquecidos. Há uma carência muito grande de grandes homens, e principalmente daqueles que ainda se lembram de encher de poesias, as páginas gélidas e brancas de um papel rascunho qualquer.
Quer saber, Deus? Não sei até aonde Você pretende chegar. Sei que o ciclo da vida chega para todos nós e minha geração parece ter chegado aos pontos mais críticos da existência. Eu gostaria, no entanto, que Você desse uma trégua por uns tempos. Afinal, eu preciso me recuperar do desânimo atual.
Quando a você, caro Anibal, obrigado por tudo. Aprendi muitas coisas com você e espero não o ter decepcionado.
Abraços – e até breve!