Amigos do Fingidor

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O personagem


Ele vivia com uma necessidade interna dantesca. Circulava em eventos, festas e circuitos de forma quase obsessiva. Tentando ver e ser visto. Tornara-se tão doente de aparecer que não sabia mais cultivar o tempo da naturalidade. A sua obsessão se tornara uma verdade tão absoluta que ele até virara um personagem de si mesmo. Existindo apenas em um figurino composto para impressionar seus pares. Quando elaborou seu último texto discursivo, viu-se transfigurado em palavras de solidão.

(Marco Adolfs)